15 janeiro 2006

Oportunismo-cláusula A


«Oportunismo – sistema de transigir com as circunstâncias ou de se acomodar a elas, aproveitando-as.».
Depois de ouvir a viúva de Sousa Franco acusar Manuel Alegre de praticar oportunismo político, ela que se tornou deputada depois da morte do marido e com o seu nome, lembrei-me de começar a tecer o meu testamento sobre algumas realidades psico-afectivas e sociológicas. Há tanto para dizer. Mas não tenho tempo. Tchau.
Nááá. Vamos lá. O Ministério Público, adiante designado por Mº. Pº.. Está na berlinda e agora o seu Chefe Máximo (leia-se Procurador Geral da República ou P. G. R.) vê luz na porta aberta. Pus-me a pensar: a justiça quando é falada tem sido por que motivos? Começou, do que me lembro, pós era Calimero, com a questão das prescrições abundantes no tempo do Arquivador Mor, leia-se Cunha Rodrigues. Contemporânea era a questão dos adiamentos em processo penal, leia-se Figueiredo Dias e o seu distinto Código de Processo Penal. Tais problemas foram corrigidos, ou seja, arquivador tem um trabalho no estrangeiro e a lei processual penal foi alterada. Mas as vozes continuam. E agora, com o processo da Casa Pia, são inúmeros os problemas que surgem: prisão preventiva aplicada em excesso, escutas telefónicas nulas, listagens desconhecidas, interrogatórios judiciais mal realizados, má ponderação dos indícios existentes, incidentes de recusa que atrasam o julgamento, incidentes de escusa, juízes relâmpago que alteram, num dia, o que demorou meses a realizar e que são hoje Desembargadores. Mas, tendo de se ter humildade para reconhecer que se pode fazer melhor, penso que mudando o que é hoje o Mº. Pº. muito poderia melhorar na justiça. É o que vou procurar exemplificar no meu próximo post já que vou seguir o conselho de alguém nos tempos em que tinha leitores: post curtos. E, para seguir a tradição, deixo aqui algumas frases que li no «Expresso» de que cada vez gosto menos mas são frases que me agradaram e reflectem o que eu penso e sinto.
«Na era da terapia, em que toda a gente gosta de expiar publicamente as suas íntimas sujidades, pecar e confessar é o supremo espectáculo»-João Coutinho -; « O desejo típico do português médio que alguém ponha ordem nisto até se compreende quando tal ordem é para ser posta nos outros portugueses e não nele que obviamente não precisa por que (…) já anda na ordem desde que nasceu» - M. E. C.; «Os ricos e abastados nunca entenderão a vergonha que os pobres sentem de serem pobres e parece que alguns ministros deste país também não, talvez porque integraram com grande à-vontade e falta de escrúpulo o mundo dos ricos» - Clara Ferreira Alves e a sua Pluma caprichosa. Nada oportunistas estas citações.

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