29 janeiro 2006

A Festa-I


Frio. Solidão. Aqui estou. Só. Como companhia esta mesa e cadeiras futuristas. Impessoais. Ainda não chegaram. Será que não vêm? Espero.
O empregado chinês aproxima-se. Balbucia umas palavras enquanto abana a cabeça e sorri. Olho para ele e digo que estou à espera de uns amigos.
Com celteza.
Em redor só vejo a minha imagem reflectida nos espelhos. Velho. Calvo. E, mais uma vez, só.
Já pode pedil?
Não, não vê que ainda não chegaram os meus amigos?
O chinês curva-se mas pergunta:
Selá que vão chegale? Não tem cala de tele muitos amigos.
Mas este chinoca conhece-me de algum lado?
Posso sugelile o família felil?
Não, não pode. Estou à espera dos meus amigos. Ah, olhe, aí vem um. Olá Zorba, tudo bem?
Sim, ah, é aqui que vamos comer? Isto para restaurante japonês é fraco.
Chinês, não restaulante japonês.
Zorba olha para o homem amarelo e mostra os dentes numa gargalhada.
Este tipo é dos meus. Havemos de dançar juntos.
Não gosto de dançal com estranhos. Só com Mikashi.
Desculpem mas este é o meu jantar de despedida. Podia ter mais intervenção neste post?
Claro moicano, desculpa. Esta é a tua festa, vamos a ela, diz Zorba.
Festa muito estlanha. Talvez umas bolachinhas com leite e cama, não?
Bem, o que se come nesta tasca?
Família felil?
O moicano põe as mãos na cabeça calva e só lhe apetece dizer: o horror. E os outros, quando chegam?
Na porta, Simão. Sem bengala e com a filha Belle.

2 Comments:

Blogger Cleopatra said...

Ora aqui temos alguém que para além do que faz...também escreve bem!!!!

fevereiro 18, 2006 10:21 da tarde  
Blogger DarkMorgana said...

Bem...as cenas do próximo capítulo já conheço!
Mas este emplegado tem que se lhe diga!!!
E este escritor também!!

fevereiro 27, 2006 8:25 da tarde  

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